quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Chapada lança festa literária


FLICH transforma Lençóis em palco de escritores e artistas; presença do público é estimada em oito mil pessoas

Acadêmicos baianos estão organizando a nova promessa em festivais de literatura no Brasil: a FLICH (Festa Literária Internacional da Chapada Diamantina), que acontece entre os dias 3 e 7 de setembro no coração da Bahia. O evento atualiza o calendário turístico baiano e coloca as cidades de Lençóis e Seabra no mapa das iniciativas culturais de grande projeção no País. Ao todo, 50 convidados estão confirmados para dar palestras, conferências, shows, performances e oficinas, de acordo com a organização. O público é estimado em oito mil pessoas.
Homenagens serão prestadas ao compositor baiano Dorival Caymmi, com apresentações do seu filho, o músico Danilo Caymmi, e ao cineasta Orlando Senna (Diamante bruto, 1977), nascido e criado em Lençóis — ele estará presente e participará de debates sobre cinema. O escritor e poeta Sérgio Vaz, de Minas Gerais, também fará parte das atrações, entre outros. A abertura da FLICH acontecerá em Seabra, no auditório da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a principal realizadora da Festa, na quarta-feira (03/09), às 19h30.
Na terça-feira (04/09), ainda haverá cursos e oficinas na instituição de ensino. Porém, a maior parte das atrações terá palco em Lençóis: no Mercado Cultural, onde serão montados stands de editoras brasileiras e de escritores da região; na Casa Afrânio Peixoto, com palestras e conferências; no Teatro de Arena (performances e oficinas); no coreto da cidade (shows); e em diversos auditórios espalhados pelo município. Um deles, inclusive, estará no novo espaço cultural da cidade, cuja inauguração acontecerá às vésperas da ocasião.
Berço de escritores
Com ampla estrutura, construída com recursos privados, o novo Centro Cultural de Lençóis será inaugurado a tempo para a FLICH: “Esta é a primeira de muitas edições, e realiza o sonho dos idealizadores do Centro Cultural de Lençóis, Paulo Porto Maciel, filho da cidade, e do professor e escritor Jorge Martins (in memorian), que pretendiam trazer a Chapada Diamantina para o centro do mundo literário”, pontua a presidente da Associação Ecoviva, instituição parceira do evento, Tarsila Barbosa.
A relação com a literatura é antiga na região de montanhas, localizada no centro geográfico da Bahia. Os lençoenses Afrânio Peixoto e Urbano Duarte, intelectuais do século dezenove, ocuparam, respectivamente, as cadeiras de número 7 e 12 da Academia Brasileira de Letras (ABL). “Lençóis, berço de dois membros da ABL e vários outros escritores, é uma cidade com grandes contribuições para a literatura e que sempre atraiu muitos intelectuais”, diz a secretária municipal de Turismo e Cultura, Michelle Nonato. “A Chapada Diamantina tem muitos expoentes em literatura, e carecia de um festival desse porte”, reforça a coordenadora do colegiado de Letras da UNEB/Seabra e principal organizadora da FLICH, Cristiane Andrade.